09. TIO ABERFORTH
CAPÍTULO NOVE
❛ tio aberforth ❜
QUANDO O RELÓGIO bateu meia-noite, Deanna murmurou boa noite para Umbridge e se levantou para ir embora, sua mão dolorida, sangrando muito com as palavras que Deanna sabia que ficariam gravadas para sempre em sua pele, mas finalmente, sua semana havia acabado.
— Senhorita Dumbledore. — disse Umbridge de repente. Deanna se virou com uma sobrancelha erguida. Umbridge sorriu e caminhou até Deanna para que elas ficassem cara a cara e sussurrou em um tom baixo. — Você sabe o que deve fazer, certo?
— O que... Professora?
— Você não deveria contar a ninguém como retornou. — disse Umbridge perigosamente. — Na verdade, você sabe que não deveria ter retornado. Agora mesmo, Dumbledore está pisando em águas perigosas com o Ministério por sua causa. Se você não tivesse retornado, ele não teria sido destituído de todos os seus títulos pelos quais trabalhou tanto. Ele está perdendo tudo por sua causa.
Os olhos de Deanna mantiveram a calma, mas seu coração batia forte contra o peito enquanto ela encarava os olhos de Umbridge. Dumbledore estava perdendo tudo? Tudo por causa dela? Ela sabia o quanto seu pai trabalhou duro para chegar onde estava agora, e ela estava causando todos os problemas dele?
— E você uma vez amou um monstro, Srta. Dumbledore, e acho que isso é o suficiente para eu dizer o que você é. Você é um monstro, Dumbledore. Como você pôde retornar cinquenta anos depois, ainda com a mesma idade que você tem? É porque você é um monstro tanto quanto Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado era. Você amou um monstro a ponto de se tornar um você mesma.
E Deanna sentiu suas mãos tremendo, mas ela manteve sua voz tão firme quanto pôde. — É isso, Professora? É melhor você se preparar então. Esse monstro é resiliente, e ela ainda está feliz por ter retornado. — sem esperar pela resposta de Umbridge, Deanna se virou e saiu do escritório. Ela andou rápido e manteve sua cabeça baixa, pensando sobre o que tinha acabado de ouvir. Seu pai estava perdendo tudo por causa dela. Ela não sabia que era por causa dela. E odiava isso. Odiava que ela o estivesse fazendo desistir de tudo por causa dela. Ela sabia o quão duro trabalhou por isso, como ele teve que lutar até mesmo contra o homem que ele amava, tudo pelo bem maior.
Parando bem na frente do retrato de frutas, Deanna começou a pensar. Valeu a pena retornar? Parecia que seu retorno tinha mais desvantagens do que benefícios. Seu pai estava perdendo tudo, Umbridge estava em Hogwarts, Harry estava ganhando mais cicatrizes, Voldemort estava ganhando poder... Talvez... Talvez, Umbridge estivesse certa. Ela realmente era um monstro. Ela achava que estava indo bem quando tudo o que estava fazendo era machucar os outros.
Mas Deanna sabia que não se tornou um monstro porque amava Tom. Era porque ela tinha a escuridão dentro dela o tempo todo. E um pensamento a atingiu. Voldemort disse que ela era a razão de tudo isso ter acontecido. E se ela o pressionasse a agir em sua escuridão? E se ela fosse a única que estava escura entre os dois, afinal? O estômago de Deanna de repente caiu. Foi culpa dela. Tudo culpa dela. Ela não deveria ter retornado. Ela não deveria estar aqui agora.
— O que? — Deanna pulou quando alguém deu um tapinha em seu ombro. Ela olhou em volta para ver que era Hermione.
— Tenho chamado você algumas vezes. — disse Hermione preocupada. — Você está bem, Deanna?
— É, claro que sim. — disse Deanna em um tom alegre e nada convincente. Hermione olhou para ela por alguns momentos antes de alcançar Deanna atrás e fazer cócegas na pêra.
— Vamos. — disse Hermione, puxando Deanna para a cozinha.
— Boa noite, Srta. Deanna! — disseram os elfos domésticos antes de olharem para Hermione com apreensão.
— Boa noite, oh, certo, aqui é Mione, minha amiga. — disse Deanna, sorrindo para todos eles. — Tudo bem se conversarmos aqui?
— Sim, senhorita. — disse um elfo doméstico chamado Dunga, e todos os elfos domésticos se curvaram antes de deixar Deanna e Hermione sozinhas. Deanna levou Hermione para o sofá perto do fogo onde ela dormiu na semana passada.
— Eles não parecem gostar muito de você. — disse Deanna divertidamente. — Por quê?
— Bem. — disse Hermione, afobada. Ela contou a Deanna sobre o SPEW e como ela tentou ajudar os direitos dos elfos domésticos, mas isso pareceu deixá-los mais irritados.
— Hermione. — disse Deanna lentamente. — Você pode pensar que é ruim, mas agora, o que eles precisam é de gentileza. Talvez algum tempo depois, eles percebam que também precisam de salário ou pensão, mas tudo o que podemos fazer agora é salvar os elfos maltratados e mostrar gentileza a todos eles.
Hermione se sentiu melhor agora, ouvindo as palavras de Deanna. Ela sorriu amplamente e assentiu para a garota. — Obrigada, Deanna. — então, ela se lembrou do porquê elas estavam lá em primeiro lugar. — Aqui, deixe-me. — ela pegou um frasco de essência de murtisco e derramou um pouco na mão de Deanna. Embora doesse, Deanna não fez nenhum som e observou o rosto de Hermione. Por que Hermione era tão gentil com ela quando ela era um monstro? Por que ela ainda estava aqui apesar de Deanna ser um?
Hermione sentiu o olhar de Deanna sobre ela e corou enquanto enrolava a atadura em volta da mão. Por que ela estava olhando para Hermione daquele jeito? Isso a fez sentir como se Deanna estivesse tentando a estudar inteira, e isso a deixou nervosa. Seu coração fazendo os mesmos sons que fazia quando Deanna beijava sua testa. Ela finalmente terminou e olhou para Deanna. — P-Por que você está me encarando?
— Por que você é tão gentil comigo? — Deanna deixou escapar. Hermione olhou para ela confusa, sem entender por que ela estava perguntando isso tão de repente. Deanna não sabia por que estava perguntando para Hermione, de todas as pessoas, mas saiu naturalmente. — Por que você é tão gentil comigo quando eu sou um monstro?
Hermione franziu a testa para ela. — Quem te disse isso?
— N-ninguém. — disse Deanna, olhando para baixo. — É só que... Você sabia que Voldemort se tornou Voldemort por minha causa?
— O-O quê? — disse Hermione, arregalando os olhos.
— Sim. — Deanna sorriu amargamente com sua reação. Ótimo. Ela esperava por isso. Todos saberiam agora como ela era o monstro que criou Voldemort. Como ela destruiu o trabalho duro de seu pai. Sim, ela não deveria ter retornado, afinal. Hermione franziu a testa ao ver o quão triste Deanna parecia. Ela sempre foi alegre, mesmo quando estava tendo detenções com Umbridge. Apenas algumas horas atrás, ela estava feliz que Harry estava se convencendo a ensinar Defesa Contra as Artes das Trevas. Isso significava que algo deve ter acontecido com Umbridge.
— Deanna. — disse Hermione, sua voz tremendo devido ao ódio por Umbridge. — O que aquele sapo disse para você?
— Nada. — disse Deanna rapidamente.
Hermione olhou para ela. — O que ela disse?
— Não foi nada, Mione. — disse Deanna, sem encará-la. Hermione segurou seu rosto e a fez olhar nos olhos dela.
— Diga-me, Deanna. — disse Hermione gentilmente. — Fale comigo. — Deanna queria dizer não, mas a determinação nos olhos de Hermione era muito parecida com a dela. Ela sabia que se outras pessoas estivessem na posição dela, ela estaria fazendo o que Hermione estava fazendo agora.
— Ela disse que eu não deveria ter retornado, e eu sou a razão pela qual Pops está perdendo tudo. — murmurou Deanna. — Ela disse que eu sou um monstro, e ela está certa.
Hermione balançou a cabeça. — Ela não está. — ela disse firmemente. — Ela não está certa. Você não criou V-Voldemort. Ele fez suas próprias escolhas sendo quem ele era. Aquele Ministério miserável é a razão pela qual Dumbledore está perdendo tudo, não você. — ela pegou a mão cicatrizada de Deanna e deu-lhe um beijo suave e demorado. — Você não é um monstro, Deanna, e seu retorno é tudo. Para Dumbledore, para nossos amigos, para mim. Estamos felizes que você esteja aqui, Deanna.
Deanna chorou e riu trêmula. — Pelos cogumelos de Godric, Hermione, você tem um jeito de me fazer te contar coisas, hein?
Hermione sorriu e envolveu os braços em volta de Deanna, seu batimento cardíaco acelerando de repente. — Eu disse a você, Deanna, estarei aqui por você. Isso é uma promessa. — Deanna sorriu e abraçou Hermione de volta. Essa promessa seria algo que Deanna manteria até seu último suspiro. A respiração de Hermione engatou quando Deanna encostou a cabeça em seu ombro. Ela só esperava que Deanna não ouvisse as batidas de seu coração que só vinham quando ela estava com ela.
•─────⋅☾ ☽⋅─────•
— Deanna. — disseram duas vozes atrás dela. Deanna sorriu quando viu que eram Fred e George, vestindo uniformes de Quadribol.
— Fred, George. — disse Deanna alegremente. — O que os traz aqui?
— Bem, Srta. Dumbledore. — disse Fred. — Ouvimos do nosso pequeno Prefeito que você é uma Batedora.
— Nós também jogamos como batedores. — disse George. — Então o que você diz? Você quer jogar conosco?
— Eu adoraria. — disse Deanna, sorrindo, e os três começaram a ir para o campo. — Vocês dois são batedores? Thaddeus e Ignatius eram artilheiros.
— Você brincou com nosso avô e nosso tio-avô? — pergunta Fred.
— Bem, durante as partidas, contra eles, mas quando tínhamos tempo livre, jogávamos juntos. Às vezes, eu jogava de goleira contra eles ou de artilheira com eles. Acabei de perceber, vocês tem uma vassoura extra?
— É, pegamos emprestada a Firebolt do Harry para você. — disse Fred. — Aha, aí está. — os três entraram no campo, e Deanna ficou boquiaberta de espanto com a Firebolt.
— Helga! Esta é uma vassoura muito boa mesmo. A minha era uma Oakshaft 79, mas esta é incrível, é. — os gêmeos Weasley riram do brilho nos olhos dela antes de montarem em suas vassouras.
— Você gostaria de jogar como batedora, Deanna? — disse George.
— Qualquer posição está boa para mim, George. — disse Deanna.
— Sério? — disse Fred. — Que tal Seeker então?
— Está tudo bem. — disse Deanna, montando na Firebolt. Ela observou Fred contar até três antes de soltarem o pomo e os balaços e eles próprios saírem do chão com Deanna. Ela imediatamente sorriu ao sentir o ar batendo em sua pele. Incrível... Era uma sensação da qual ela sentia muita falta, e algo que a fazia se sentir mais próxima de sua antiga vida. Ela voou com Fred e George ao seu lado, defendendo-a dos balaços enquanto olhava ao redor em busca do pomo. Parecia os velhos tempos com os gêmeos Prewett.
Finalmente avistando o pomo, ela voou e desceu com a mão estendida. O pomo estava lá, a apenas alguns centímetros de seus dedos, e Deanna desejou que a vassoura fosse para frente e seus dedos pairaram sobre a bola dourada. Mais um centímetro. Ela pulou da vassoura e pegou o pomo. Ela ouviu os gritos de preocupação de Fred e George enquanto sorria e estendia a mão e voltava para a vassoura.
— Isso foi incrível, Deanna. — disse George, rindo enquanto todos voavam para baixo.
— Você deveria estar no nosso time, Dumbledore! — disse Fred, sorrindo para ela.
— Obrigada, Thaddeus, Ignatius. — ad palavras escaparam de sua boca e ela percebeu tarde demais o que disse. Ela olhou para baixo. — Sinto muito, Fred, George.
— Está tudo bem, Deanna. — disse Fred suavemente. — Sabemos que lembramos muito você deles.
— E nós podemos não ser eles, mas... — disse George. — Estaremos aqui aqui como eles estiveram por você... — ele foi interrompido quando Deanna de repente os puxou para um abraço apertado. Fred e George trocaram olhares confusos antes de abraçarem a garota e rirem. Afastando-se, Deanna sorriu suavemente para eles. Ignatius e Thaddeus ficariam felizes lá em cima em vê-la sendo amiga de seus descendentes.
— Então... — sorriu Deanna. — Acho que vocês dois gostariam de ouvir sobre um plano meu. — os gêmeos sorriram de volta com o mesmo brilho travesso nos olhos.
— Com prazer.
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Parecia que Harry finalmente havia concordado em ensinar Defesa Contra as Artes das Trevas. Eles se encontrariam no Cabeça de Javali no primeiro fim de semana de Hogsmeade. Deanna não contou ao pai sobre seus planos, embora tivesse uma leve suspeita de que ele já pudesse saber. Afinal, seu pai era um homem inteligente e sempre sabia quando Deanna estava mentindo.
— Vou indo agora, Pops. — disse Deanna. — Fred e George estão me esperando.
— Tome cuidado, fênix. — disse Dumbledore, beijando o topo da cabeça dela. — Eu te amo.
— Também te amo, pai. — Deanna gritou enquanto saía pela porta.
Dumbledore riu antes de olhar pela janela. — Eu me pergunto...
— Fred! George! — disse Deanna, correndo até eles e um garoto de pele escura. — Olá, eu sou Deanna Dumbledore.
— Lee Jordan. — disse Lee, apertando sua mão. — Prazer em conhecê-la, Deanna.
— Prazer, Lee. — riu Deanna.
— Deanna. — disse George. — Se você não se importa, nós contamos a Lee sobre o plano.
— Não tem problema. — disse Deanna. — Qualquer amigo seu é meu amigo. — e Lee sorriu para a garota antes que os quatro começassem a pensar em seu plano. Quando chegaram a Hogsmeade, Deanna ficou impressionada com todas as mudanças diferentes ao redor. Fred, George e Lee mostraram o lugar para ela. Deanna comprou algumas Lemon Drops para seus Pops e algumas Chocoballs para ela. Eles foram para a Zonko's em seguida, e riram muito das diferentes ideias que tiveram para os produtos.
— Ei, Deanna. — disse Fred enquanto saíam do Zonko's. Deanna cantarolou para dizer que estava ouvindo.
— Fred e eu estávamos pensando. — disse George. — Queremos construir uma loja de logros, Deanna... O que você acha? — eles pararam e se encararam por alguns momentos. Fred, George e Lee se entreolharam nervosamente, pensando se ela não gostava da ideia.
Deanna finalmente sorriu. — É brilhante.
— Você nos deixou preocupados, Deanna. — riu Lee.
— Acabei de me lembrar de uma coisa. — disse Deanna balançando a cabeça. — É melhor você me contar sobre suas ideias. — e o trio de brincalhões então contou a ela tudo sobre suas invenções. As Caixas de Lanche de Matar Aula, os Cremes Canários e muito mais. Deanna sorriu enquanto ouvia. Ela se lembrava de seu próprio grupo de amigos naquela época. Eles não eram tão intensos quanto os Gêmeos Weasley, mas ainda tinham sua própria parcela de diversão.
Finalmente, eles chegaram ao Cabeça de Javali. Ela acenou para Harry, Ron e Hermione que estavam na frente enquanto Fred foi até o bar.
— Oi. — disse Fred, chegando primeiro ao bar e contando seus companheiros rapidamente. — Podemos ter... Vinte e seis cervejas amanteigadas, por favor? — se Deanna se virasse naquele momento, ela teria visto outra pessoa de quem sentia muita falta, mas ela estava ocupada conversando com George e Lee para ver Aberforth Dumbledore.
— Saúde. — disse Fred, distribuindo as cervejas amanteigadas. — Desembuchem, pessoal, não tenho ouro suficiente para todas essas... — Deanna entregou a ele seus próprios galeões enquanto bebia sua cerveja amanteigada. Aberforth se virou e continuou limpando suas canecas sujas com seu pano igualmente sujo. Quando todos se sentaram e pegaram suas cervejas amanteigadas, a conversa morreu. Todos os olhos estavam em Harry.
— Er. — disse Hermione em uma voz aguda. — Bem - er - oi. — todos se viraram para ela, embora algumas pessoas ainda olhassem para Harry.
— Bem... Erm... Bem, você sabe por que está aqui. Erm... Bem, Harry aqui teve a ideia - quero dizer. — Harry lançou-lhe um olhar penetrante. — Eu tive a ideia - que seria bom se as pessoas que quisessem estudar Defesa Contra as Artes das Trevas - e quero dizer, realmente estudassem, você sabe, não o lixo que Umbridge está fazendo conosco. — a voz de Hermione de repente ficou muito mais forte e confiante. — Porque ninguém poderia chamar isso de Defesa Contra as Artes das Trevas.
— Ouçam, ouçam. — disse Anthony Goldstein, um corvinal.
Hermione pareceu encorajada. — Bem, eu pensei que seria bom se nós, bem, tomássemos as coisas em nossas próprias mãos. — ela fez uma pausa, olhou de soslaio para Harry e continuou. — E com isso eu quero dizer aprender a nos defender adequadamente, não apenas a teoria, mas os feitiços reais...
— Você quer passar no seu N.O.M. de Defesa Contra as Artes das Trevas também, aposto? — disse Michael Corner, outro corvinal, que estava sentado ao lado de Ginny.
— Claro que sim. — disse Hermione imediatamente. — Mas eu quero mais do que isso, eu quero ser devidamente treinada em Defesa porque... Porque... — ela respirou fundo e terminou. — Porque Lord Voldemort está de volta. — Deanna revirou os olhos para as reações dos alunos. Houve tremores, gritos, guinchos e suspiros, mas todos eles estavam olhando apenas para Harry.
— Bem... Esse é o plano de qualquer forma. — disse Hermione. — Se você quiser se juntar a nós, precisamos decidir como vamos...
— Onde está a prova de que Você-Sabe-Quem voltou? — disse Zacharias Smith com uma voz bastante agressiva.
— Bem, Dumbledore acredita nisso... — Hermione começou.
— Você quer dizer que Dumbledore acredita nele. — disse Zacharias, acenando para Harry.
— Quem é você? — pergunta Rony rudemente.
— Zacharias Smith, e acho que temos o direito de saber exatamente o que o faz dizer que Você-Sabe-Quem está de volta.
— Olha. — disse Hermione rapidamente. — Não era realmente sobre isso que essa reunião deveria ser...
— Zacharias. — disse Deanna em um tom calmo, mas seus olhos estavam brilhando. Aberforth parou de limpar a caneca suja e olhou para trás, mas a garota que estava falando estava de costas para ele. Ele balançou a cabeça, pensando que era apenas uma coincidência. Afinal, sua sobrinha estava morta. Zacharias Smith desviou o olhar da garota e voltou para Harry.
— Está tudo bem, Hermione, Dee. — disse Harry. — O que me faz dizer que Você-Sabe-Quem voltou? Eu o vi. Mas Dumbledore contou para a escola inteira o que aconteceu no ano passado, e se você não acreditou nele, você não acredita em mim, e eu não vou desperdiçar uma tarde tentando convencer ninguém.
Zacharias disse desdenhosamente. — Tudo o que Dumbledore nos disse ano passado foi que Cedric Diggory foi morto por Você-Sabe-Quem e que você trouxe o corpo dele de volta para Hogwarts. Ele não nos deu detalhes, ele não nos disse exatamente como ele foi assassinado, eu acho que todos nós gostaríamos de saber...
— Zacharias. — disse Deanna, sua voz agora perigosa, e todos olhando para ela com medo e curiosidade. — Você está sugerindo que o Diretor está mentindo?
— N-não, Deanna...
— Vocês estão aqui para ouvir planos sobre aprender defesa, não como é ver Voldemort assassinar alguém. — e Zacharias Smith desviou o olhar envergonhado. Deanna olhou para todos eles. — Se é para isso que vocês estão aqui, então por que vocês não vão embora? Eles estão tentando ajudar e vocês vêm aqui com grosseria. — ficou em silêncio enquanto todos desviavam o olhar de Deanna, seu olhar penetrante era igual ao de seu pai. Era como se ela pudesse ler todos os pensamentos e sentimentos deles com aqueles olhos dela, mas ela sorriu levemente quando nenhum deles foi embora.
— Então. — disse Hermione, sua voz muito aguda novamente. "Então... Como eu estava dizendo... Se você quer aprender um pouco de defesa, então precisamos descobrir como vamos fazer isso, com que frequência vamos nos encontrar e onde vamos...
— É verdade... — interrompeu Susan, olhando para Harry. — Que você consegue produzir um Patrono? — houve um murmúrio de interesse no grupo.
— Sim. — disse Harry ligeiramente na defensiva.
— Patronos corpóreos?
— Você não conhece Madame Bones, conhece?
— Ela é minha tia. Eu sou Susan Bones. Ela me contou sobre sua audição. Então - é realmente verdade? Harry, você faz um veado Patrono?
— Sim. — disse Harry.
— Caramba, Harry! — disse Lee, parecendo profundamente impressionado. — Eu nunca soube disso!
— Mamãe disse para Ron não espalhar isso por aí. — disse Fred, sorrindo para Harry. — Ela disse que você já tinha atenção suficiente.
— Ela não está errada. — murmurou Harry e Deanna riu com os outros. A tensão que se instalou desde que ela falou tinha voado pela janela.
— E você matou um basilisco com aquela espada no escritório de Dumbledore? — exigiu Terry Boot. — Foi o que um dos retratos na parede me disse quando estive lá no ano passado...
— Sim, eu fiz.
— E no nosso primeiro ano. — disse Neville ao grupo. — Ele salvou aquela Pedra Filofal...
— Filosofal. — sibilou Hermione.
— Sim, isso mesmo, de Você-Sabe-Quem. — concluiu Neville.
— E isso sem mencionar. — disse Cho, sorrindo diretamente para Harry. — Todas as tarefas que ele teve que passar no Torneio Tribruxo ano passado - passar por dragões e sereias e acromântulas e coisas... — houve um murmúrio de concordância impressionada ao redor da mesa. Deanna sorriu levemente ao fato de que eles agora estavam mais ansiosos para ouvir.
— Olha. — disse Harry e todos ficaram em silêncio ao mesmo tempo. Eu... Eu não quero parecer que estou tentando ser modesto ou algo assim, mas... Eu tive muita ajuda com todas essas coisas...
— Não com os dragões, você não fez isso. — disse Michael Corner imediatamente. — Aquela foi uma parte muito legal de voar...
— Sim, bem... — disse Harry.
— E ninguém ajudou você a se livrar daqueles dementadores neste verão. — disse Susan.
— Não. — disse Harry. — Não, ok, eu sei que fiz algumas coisas sem ajuda, mas o que estou tentando dizer é...
— Você está tentando se esquivar de nos mostrar alguma dessas coisas? — disse Zacharias Smith.
— Aqui vai uma ideia. — disse Ron em voz alta, antes que Deanna pudesse falar. — Por que você não cala a boca?
Zacharias corou. — Bem, todos nós viemos aprender com ele, e agora ele está nos dizendo que não consegue fazer nada disso. — disse ele.
— Não foi isso que ele disse. — rosnou Fred.
— Você gostaria que limpássemos seus ouvidos? — perguntou George, tirando o longo instrumento de dentro da bolsa do Zonko.
— Ou qualquer parte do seu corpo, na verdade, não somos exigentes quanto a onde enfiamos isso. — disse Fred. Zacharias olhou para Deanna, pedindo ajuda com os olhos.
— Eu acho que o traseiro ficaria bem. — disse Deanna. Zacharias corou ainda mais enquanto Fred, George e Lee riam alto com alguns outros.
— Sim, bem. — disse Hermione, controlando o riso. — Continuando... A questão é, concordamos que queremos ter aulas com Harry? — todos murmuraram em concordância. Zacharias cruzou os braços e não disse nada, olhando cautelosamente para o instrumento na mão de George.
— Certo. — disse Hermione aliviada. — Bem, então, a próxima pergunta é com que frequência fazemos isso. Eu realmente não acho que haja sentido em nos encontrarmos menos de uma vez por semana...
— Espere um pouco. — disse Angelina. — Precisamos ter certeza de que isso não entre em conflito com nosso treino de quadribol.
— Não. — disse Cho. — Nem com os nossos.
— Nem o nosso. — acrescentou Zacharias.
— Tenho certeza de que podemos encontrar uma noite que seja adequada para todos. — disse Hermione, um pouco impaciente. — Mas, você sabe, isso é muito importante, estamos falando sobre aprender a nos defender dos Comensais da Morte de V-Voldemort...
— Bem dito! — exclamou Ernie. — Pessoalmente, acho que isso é muito importante, possivelmente mais importante do que qualquer outra coisa que faremos este ano, mesmo com nossos NOMs chegando! Eu, pessoalmente, não consigo entender por que o Ministério nos impôs uma professora tão inútil neste período crítico. Obviamente, eles estão em negação sobre o retorno de Você-Sabe-Quem, mas nos dar uma professora que está tentando ativamente nos impedir de usar feitiços defensivos...
— Achamos que a razão pela qual Umbridge não quer que sejamos treinados em Defesa Contra as Artes das Trevas... — disse Hermione. — É que ela tem uma... Uma ideia maluca de que Dumbledore poderia usar os alunos da escola como uma espécie de exército particular. Ela acha que ele nos mobilizaria contra o Ministério. — Deanna apenas revirou os olhos para isso. Se seu pai tivesse um exército, seria contra Voldemort. Não contra o Ministério.
— Bem, isso faz sentido. Afinal, Cornelius Fudge tem seu próprio exército particular. — disse Luna Lovegood. Deanna se inclinou para frente, curiosa sobre o que ela tinha a dizer.
— O quê? — disse Harry.
— Sim, ele tem um exército de heliopatas. — disse Luna solenemente.
— Não, ele não tem. — retrucou Hermione.
— O que são heliopatas? — perguntou Neville, sem entender nada.
— Eles são espíritos de fogo. — disse Luna, arregalando os olhos. — Grandes criaturas altas e flamejantes que galopam pelo chão queimando tudo na frente...
— Eles não existem, Neville. — disse Hermione asperamente. Deanna não conseguiu deixar de sorrir diante da raiva no rosto de Hermione. Ela era uma pessoa que confiava mais na lógica do que em superstições e coisas do tipo. Vê-la brigar com Luna Lovegood foi uma visão incrível de se ver. Foi como se ela tivesse encontrado um adversário à altura.
— Ah, sim, eles existem! — disse Luna com raiva.
— Desculpe, mas onde está a prova disso? — Hermione retrucou.
— Há muitos relatos de testemunhas oculares, só porque você é tão tacanho que precisa ter tudo enfiado debaixo do seu nariz antes de...
— Hem, hem. — disse Ginny em uma imitação tão boa da Professora Umbridge que fez Deanna sorrir. — Não estávamos tentando decidir com que frequência nos encontraríamos e teríamos aulas de Defesa?
— Sim. — disse Hermione imediatamente. — Sim, estávamos, você está certa...
— Bem, uma vez por semana parece legal. — disse Lee.
— Contanto que... — começou Angelina.
— Sim, sim, sabemos sobre o Quadribol. — disse Hermione em uma voz tensa. — Bem, a outra coisa a decidir é onde vamos nos encontrar... — Deanna começou a pensar enquanto os outros discutiam. Havia uma sala que ela já tinha ido antes com... Tom, mas ela não conseguia se lembrar bem onde era.
— Certo, bem, tentaremos encontrar algum lugar. — disse Hermione. — Mandaremos uma mensagem para todos quando tivermos um horário e um lugar para o primeiro encontro. Acho que todos devem escrever seus nomes, só para sabermos quem estava aqui. Mas também acho que todos devemos concordar em não gritar sobre o que estamos fazendo. Então, se você assinar, estará concordando em não contar a Umbridge / ou a qualquer outra pessoa - o que estamos fazendo. — Fred estendeu a mão para o pergaminho e alegremente colocou sua assinatura enquanto Deanna, George e Lee fizeram o mesmo imediatamente.
— Er... — disse Zacharias lentamente. — Bem... Tenho certeza de que Ernie me dirá quando for a reunião. — mas Ernie parecia bastante hesitante em assinar também. Hermione levantou as sobrancelhas para ele.
— Eu - bem, nós somos monitores. — Ernie explodiu. — E se essa lista fosse encontrada... Bem, eu quero dizer... Você mesmo disse, se Umbridge descobrir...
— Ernie... — disse Deanna em um tom mais gentil do que ela tinha com Zacharias. — Tenho certeza de que Hermione o manteria seguro. Precisamos desse grupo. — o rosto de Ernie suavizou e ele pegou o papel e assinou também com um sorriso para Deanna. Hermione sorriu amplamente para Dumbledore, que piscou de volta para ela. As bochechas de Hermione coraram novamente, mas Deanna não viu porque ela se virou naquele momento, e seus olhos se arregalaram quando viu o homem atrás do balcão. Era seu tio. Aberforth Dumbledore. Aberforth não estava olhando para ela, no entanto. Ele estava ocupado lavando as canecas sujas. Ele pode ter envelhecido, mas Deanna reconheceria o rosto de seu tio em qualquer lugar.
— Bem, o tempo está passando. — disse Fred rapidamente, levantando-se. — George, Lee e eu temos itens de natureza sensível para comprar, nos veremos mais tarde. Você vem, Deanna?
— N-Não. — disse Deanna. — Vocês podem ir. — ela se levantou e andou até o bar enquanto o resto do grupo saía. Parada na porta, Hermione olhou para Deanna, imaginando o que ela estava fazendo antes de perceber que não era da conta dela e ela também saiu com Harry e Ron.
— T-tio Ab? — disse Deanna humildemente. Aberforth se virou e deixou cair a caneca que estava lavando.
— D-Deanna? — ele disse, seus olhos se enchendo de lágrimas. Ele deu a volta no balcão e puxou Deanna para um abraço apertado. Deanna deixou algumas lágrimas caírem enquanto abraçava seu tio de volta. Ela sentia falta dele. A última vez que viu Aberforth, eles brigaram porque ele não aprovava seu relacionamento com Tom.
— Sinto muito, Ari. — disse Aberforth, beijando o topo da cabeça dela. — Sinto muito, muito.
— Você não tem nada pelo que se desculpar. — disse Deanna, enxugando as lágrimas e sorrindo fracamente. — Estou de volta para sempre.
Enquanto Aberforth fazia um copo de leite achocolatado para Deanna, os dois se sentaram e contaram um ao outro sobre tudo o que aconteceu durante o tempo em que ficaram separados. Deanna franziu a testa quando ouviu que ele e Dumbledore não estavam mais se falando muito. Eles se distanciaram mais quando Deanna desapareceu, mas Aberforth rapidamente descartou o assunto e disse que eles ainda estavam se falando de qualquer maneira.
Aberforth ficou furioso quando soube do que Voldemort havia feito com sua sobrinha. Ele tirou a última luz de sua vida, e Aberforth sabia que se algum dia cruzasse o caminho de Voldemort, ele se certificaria de pagar por tirar Deanna deles por cinquenta anos.
— Estou tão feliz que você voltou, Ari. — disse Aberforth, acariciando o cabelo de Deanna. — Senti tanto sua falta.
— Estou feliz por estar de volta, tio. — disse Deanna, sorrindo suavemente para ele. — Eu também senti sua falta.
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